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A sociedade moderna é uma sociedade de organizações. Essas organizações, via de regra, são complexas e altamente diferenciadas: indústrias, empresas comerciais, empresas prestadoras de serviços organizações militares, religiosas esportivas, hospitalares, hoteleiras, etc.
Tais organizações constituem sistemas extremamente complexos, exercendo um grande impacto sobre a vida dos indivíduos. Essa complexidade revela-se a base de compreensão dos fenômenos organizacionais indispensável à atuação do administrador.
À medida que as organizações são bem sucedidas, elas tendem a crescer, ampliando-se o número de pessoas nelas envolvidas. Para que esse maior número de indivíduos possa ser bem administrado ocorre um acréscimo do número de níveis hierárquicos. À proporção que esse número de níveis aumenta, torna-se gradativo o distanciamento entre as pessoas - com seus objetivos pessoais - e a cúpula da organização - com seus objetivos organizacionais. Esse distanciamento, quase sempre gera um conflito entre os objetivos individuais dos participantes e aqueles organizacionais da cúpula.
A empresa
As pessoas passam a maior parte do seu tempo vivendo ou trabalhando dentro das organizações. A produção de bens e serviços não pode ser desenvolvida por indivíduos que trabalham sozinhos. Quanto mais industrializada for a sociedade, tanto mais numerosas e complexas se tornam as organizações.
Podemos dizer então, que as organizações são unidades sociais (ou agrupamentos de pessoas) intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos. Vale dizer que as organizações são propositadas e planejadamente construídas para alcançarem determinados objetivos e também são reconstruídas, isto é, reestruturadas e redefinidas, na medida em que os objetivos são atingidos ou na proporção que se descobrem meios melhores para alcançá-los com menor custo e menos esforço.
Uma organização nunca constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a mudanças. Dentre as organizações, existem aquelas moldadas expressamente para atingir objetivos de lucro como meio de se auto-sustentarem através· do excedente' de resultados financeiros e de proporcionarem retomo de investimento ou de capital. Mas há também organizações que não incluem obrigatoriamente o lucro como um de seus objetivos principais. Assim, as organizações podem perseguir objetivos lucrativos ou não lucrativos.
As empresas constituem exemplos típicos de organizações LUCRA TIVAS. Assim é que qualquer definição de empresa deve considerar, necessariamente, o objetivo de lucro. EMPRESA é todo empreendimento humano que procura reunir e integrar recursos humanos e não-humanos (como recursos financeiros, físicos. tecnológicos, etc.) no sentido de alcançar objetivos de AUTOSUSTENTAÇÃO e de LUCRATIVIDADE através da produção e da comercialização de bens ou de serviços, óbvio, pois trata-se de dar continuidade e permanência ao empreendimento.
A lucratividade representa a remuneração do empreendimento em si. Essa lucratividade é o estímulo básico capaz de assegurar a livre iniciativa de manter ou de aumentar o empreendimento.
Características das grandes organizações
Quanto maior o empreendimento, mais complexo ele se apresenta. Entre as principais características das organizações COMPLEXAS, temos:
1. Complexidade
Complexidade estrutural - à medida que ocorre maior divisão do trabalho - aumenta a complexidade horizontal da organização; à medida que novos níveis verticais vão surgindo como hierarquia pra melhorar o processo de controle e regulação aumenta a complexidade vertical.
Daí há autores que se referem a organizações "altas" e a organizações "chatas". Quando possuem respectivamente muitos ou poucos níveis verticais.
Enquanto em pequenos grupos os membros se relacionam face a face às grandes organizações dependem de muitos níveis intermediários para coordenar e integrar as atividades das pessoas.
A interação passa a ser indireta.
2. Anonimato
A ênfase é colocada sobre as tarefas ou operações e não sobre as pessoas. O importante é que a operação ou atividade seja executada, não importa por quem.
3. Rotinas padronizadas para operar os procedimentos e canais de comunicação.
Observa-se que apesar dessa atmosfera despersonalizada ou impessoalizada nota-se a tendência a desenvolver grupos informais face a face, dentro das grandes organizações.
4. Estruturas personalizadas, não oficiais, constituindo a organização informal muitas vezes com mais poder e eficácia do que as estruturas formais.
5. Tendência à especialização e à proliferação de funções.
Esse aspecto tende a separar, muitas vezes. as linhas de autoridade formal daquelas de competência profissional ou técnica.
6. Tamanho
O grande porte é um elemento final e intrínseco às grandes organizações, pois decorre do número de participantes e de órgãos que formam sua estrutura organizacional.
As organizações constituem uma das mais admiráveis instituições sociais que a criatividade e a engenhosidade humanas construíram. Não existem duas organizações iguais, pois sua maior característica é a diversidade: elas podem assumir diferentes tamanhos e estruturas organizacionais. Existem organizações dos mais diversos ramos de atividade, utilizando diferentes tecnologias para produzir bens ou serviços dos mais variados tipos e que são vendidos e distribuídos de maneiras diferentes para os mais diversos tipos de mercados, a fim de serem utilizados pelos mais diversos consumidores.
Operando em ambientes diversificados, as organizações sofrem as mais variadas coações e contingências. que se alteram no tempo e no espaço, a elas reagindo dentro de estratégias e comportamento diferenciados, alcançando resultados extremamente diferentes.
Tudo isso contribui para a incrível complexidade das organizações.
(Adaptação de "As Organizações" in Recursos Humanos, de Idalberto Chiavenato, 3a edição, Ed.
Atlas - São Paulo. 1994, p. 23 a 25)
Características das organizações MECÂNICAS ou FECHADAS ou AUTORITÁRIAS ou BUROCRÁTICAS
• controle e tomada de decisões no nível hierárquico mais elevado da organização;
• ênfase sobre a ação administrativa unilateral, baseada na dependência e no conformismo:
• especialização das tarefas, rompendo assim a preocupação pelo todo; i
• centralização da informação, das recompensas: das punições e da admissão de novos membros:
• manutenção da lealdade, do compromisso e da responsabilidade de todos os participantes num nível tão alto quanto possível a cargo, exclusivamente, da alta administração; ênfase sobre o status social do indivíduo e sobre a competição e a rivalidade intergrupal e interpessoal;
• essas organizações pressupõem que as pessoas intrinsecamente desgostem de trabalhar sejam irresponsáveis, prefiram ser dirigidas, desejem Um mundo racional onde as emoções sejam eliminadas e finalmente esperem uma administração. "justa" que distribua adequadamente as recompensas e as punições.
Características desorganizações ORGÂNICAS ou ABERTAS ou PARTICIPATIVAS
- A tomada de decisões difundida por toda a organização;
- Ênfase sobre a dependência mútua e sobre a cooperação baseada na confiança e na competência técnica:
- Constante pressão para ampliar as tarefas e inter-relaciona-la de modo a ser realçada a preocupação com o todo;
- Descentralização da responsabilidade, da informação, das .recompensas e das punições bem como sua aplicação;
- Os participantes de todos os níveis responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção da lealdade e do compromisso no nível mais alto possível;
- Ênfase ao status na medida da contribuição do indivíduo para seu grupo ou para com toda organização;
- Essas organizações pressupõem que as pessoas sejam capazes de ser responsáveis de assumir compromissos, de ser produtivas e de desejar um mundo em que a racionalidade dos sentimentos e o relacionamento interpessoal sejam tão valorizados quanto a racionalidade cognitiva;
- Todos os estudiosos concluíram que o modelo orgânico provoca maior flexibilidade organizacional. compromisso, responsabilidade e eficiência na resolução dos problemas e na adaptação ao ambiente externo.
A auto-expressão e a auto-realização são mais facilmente alcançadas pelo indivíduo.
" TIPOS DE ORGANIZAÇÃO
LlKERT E SHEPARD
SISTEMAS AUTORIT/\RJOS (organizações mecânicas) fechadas, burocráticas ===
=== ======== exploração do subordinado pelo superior - deliberação tomada, no sentido vertical sem regime de apelações - controle unilateral - rígida estrutura hierárquica de controle, autoridade e comunicação - recebimento de informação apenas pelo grupo alta administração - interação mínima entre os colegas
SISTEMA PARTICIPATIVO (organizações orgânicas) abertas ===============
Participação de grupos nas decisões ( ninguém atribui onisciência ao principal dirigente da organização – deliberações tomadas no sentido vertical e horizontal - controle mutuamente repartido - grau de confiança elevado, ampla repartição de responsabilidades - relacionamento adequado entre os membros - rede de interdependência entre os membros - resolução comum dos problemas - estrutura flexível de controle, autoridade e comunicação derivada de comunidade de interesses e não de frios relacionamentos originados de imposições contratuais - ajustamento e redefinição de tarefas individuais através de contínua interação - natureza "realística das tarefas individuais encaradas como uma necessidade para o alcance dos objetivos da organização
AS RELAÇÕES DE COMUNICAÇÃO NA EMPRESA PÓS MODERNA
o novo ambiente de comunicação que se instalou a partir dos anos 90, combinado com as recentes prioridades empresariais, fez surgirem imposições em quatro áreas:
1. EMPREGADOS - Dissolvido o antigo acordo entre empresa e empregado de "lealdade para a segurança no emprego", criou-se um relacionamento mais constrangido, justamente quando a Administração está enfatizando maior poder e envolvimento dos empregados. Para alcançar, então, suas metas de maior produtividade, serviço ao cliente e qualidade, devem a Administração aperfeiçoar a comunicação com os empregados por meio de palavras e ações que as confirmem. Sem essas últimas, ressalte-se, não haverá credibilidade.
2. CLIENTES - Em razão da redução da credibilidade e do excesso de uso, a propaganda vem sendo suplementada e, às vezes, substituída pelo emprego crescente de relações públicas. E que a mídia de notícias transmite com muito mais eficiência as informações ao público.
3. SOCIEDADE - Os clientes são cidadãos e consumidores. Assim, empresas que fazem o chamado "marketing verde", colocando-se como responsáveis pelo meio ambiente, gozam de uma posição mais privilegiada no mercado.
4. ADMINISTRAÇÃO - A comunicação não é a condição sine qua non dos negócios, mas é, sem dúvida, fator indiscutível de seu aprimoramento, num ambiente hoje dirigido pela tecnologia e no qual as informações chegam rapidamente até as pessoas. Para os negócios, é acelerado o ritmo das informações e da comunicação. Os mercados parecem surgir e desaparecer da noite para o dia, e o ciclo de vida dos produtos, cada vez mais, encolher. Por tudo isso, a empresa pós moderna já eliminou, da sua estrutura interna, "camadas" superpostas ascendentes.
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL INTERNA EMPREGADOS
* Compartilham, em todos os níveis, as mesmas informações sobre a empresa? Por quê?
* Como eles tomam conhecimento sobre o que acontece na/com a empresa?
* Como eles entendem o que está ocorrendo?
NA COMUNICAÇÃO DESCENDENTE
Dois tipos de informações são importantes para o empregado:
1. SOBRE A EMPRESA
• Qual a meta da organização?
• Como a Administração vai chegar lá?
• Qual o papel do empregado no processo?
2. SOBRE SI MESMOS
• Remuneração
• Benefícios
• Avaliação de desempenho
• Reconhecimento
• Promoções
NA COMUNICAÇÃO ASCENDENTE
Devem ser incluídos:
• Sistema de sugestões
• Sondagens de opinião
• Levantamentos
• Linhas telefônicas diretas, entre outros
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL EXTERNA CARACTERÍSTICAS:
• Forte identificação com os valores da sociedade em que opera
• Significativo empenho em criar um "conceito de qualidade".
• Crescente aporte de verbas destinadas à publicidade (institucional e de produtos).
• Estruturas de comunicação em nível de diretoria (importância atribuída a esse setor).
• Grande sensibilidade para o planejamento de estratégias comunicativas em épocas de crise.
A EMPRESA PÓS MODERNA E O(S):
• Clientes
• Fornecedores
• Acionistas
• Concorrentes
• Meio ambiente
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